A formação inicial e continuada de educadores é fundamental para a melhoria e o avanço da educação, especialmente em países com baixos Índices de Desenvolvimento Humano, como Guiné-Bissau. Este país da costa oeste africana, marcado pela cultura de oralidade, enfrenta desafios educacionais significativos, refletidos em indicadores de baixa qualidade em todos os níveis de ensino. A predominância da tradição oral e a baixa taxa de alfabetização em Guiné Bissau destacam a importância de investigar como impulsionar a aprendizagem em ambientes onde o conhecimento é transmitido oralmente. A pesquisa científica sobre formação docente tem crescido, mas há uma escassez de estudos que abordem este aspecto em contexto de cultura de oralidade. A investigação nesta área se faz pertinente, tendo em vista que culturas orais e
letradas diferem na forma de transmissão e preservação do conhecimento. Nesta perspectiva, explorar os processos de aprendizagem de professores em culturas de oralidade poderá contribuir para a superação dos desafios educacionais específicos desses contextos podendo causar um impacto a longo prazo. Neste cenário, este estudo tem como objetivo apresentar as particularidades da formação de professores em culturas de oralidade. A pesquisa aborda uma revisão bibliográfica com uma breve reflexão sobre cultura oral e cultura letrada e aprendizagem em contexto de oralidade, de modo que sejam considerados no processo de formação docente em Guiné-Bissau e contextos culturais semelhantes. A expectativa é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, oferecendo oportunidades de desenvolvimento para cada professor a partir do contexto cultural no qual está inserido.